28 dezembro 2013

Os melhores da telona em 2013

Cena de "Azul é a cor mais quente" (foto: reprodução)

Da Dinamarca a Portugal, da França até os Estados Unidos, produções cinematográficas de diversos países alcançaram destaque nas telas do Brasil. Em "Amor", Michael Haneke conta o drama de dois octogenários diante de uma doença que põe à prova a harmonia da longa relação do casal. Quentin Tarantino causou polêmica com "Django livre", enquanto Woody Allen, com "Blue Jasmine", produziu sua melhor personagem feminina em anos. Depois de brilhar em vários festivais, o brasileiro "O som ao redor", de Kleber Mendonça, findou por confirmar sua presença no circuito nacional. Confira!


"O som ao redor" - Kleber Mendonça - Brasil
Thriller social que fez bonito aqui e lá fora
Quando entrou em circuito no Brasil, em janeiro, “O som ao redor” já havia percorrido mais de 50 festivais. Radiografia da classe média recifense a partir da mudança na rotina de um bairro com a chegada de uma milícia, o thriller social chegou a ser escolhido para representar o Brasil na corrida ao Oscar. Não ficou entre os finalistas, mas deixou sua marca na história do cinema brasileiro recente.




"Amor" - Michael Haneke - França/Austria
Prova de afeto premiada com um oscar
Drama sobre dois octogenários diante de uma doença que põe à prova a harmonia da longa relação do casal, “Amor” saiu do Festival de Cannes 2012 com a Palma de Ouro, abrindo um caminho de sucesso pela frente. O filme de Michael Haneke, que estreou por aqui em janeiro, acabou levando o Globo de Ouro e o Oscar de melhor filme estrangeiro, além de uma indicação para a veterana atriz Emmanuelle Riva.




"Blue Jasmine" - De Woody Allen - Estados Unidos
Um olhar sobre os eua em crise
Sintonizado com os Estados Unidos em plena recessão, Woody Allen criou uma de suas melhores personagens femininas em décadas, a Jasmine do título, símbolo da era de milionários falidos. Como resultado, o diretor emplacou um sucesso doméstico que não via há anos, empurrando sua protagonista, Cate Blanchett, para a linha de frente da temporada de prêmios. O filme chegou ao Brasil em novembro.




"Tabu" - De Miguel Gomes - Portugal
O queridinho dos círculos de críticos
Exibido no Festival de Berlim 2012, onde ganhou o prêmio da crítica internacional, “Tabu” saiu pelo mundo encantando quem pudesse alcançar suas pretensões artísticas e filosóficas, antes de aportar por aqui, em junho. O passado e o presente da protagonista, uma octogenária à beira da morte, se misturam numa narrativa, em preto e branco, que agrega referências e citações cinematográficas.




"Azul é a cor mais quente" - De Abdellatif Kechiche - França/Bélgica
Paixão gay que gerou polêmica e Palma de Ouro
No ano em que o tema da legalização da união civil entre homossexuais pegou fogo no mundo, o júri do Festival de Cannes, presidido por Steven Spielberg, teve a ousadia de conceder seu prêmio máximo à história de uma adolescente apaixonada por uma artista lésbica. O filme, em cartaz no Brasil desde o início do mês, transformou suas protagonistas, Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos, em estrelas.




"A bela que dorme" - De Marco Bellocchio - Itália
A eutanásia segundo Bellocchio
Esnobado em casa, no Festival de Veneza 2012, onde era um dos favoritos ao Leão de Ouro, o novo filme do sempre polêmico diretor italiano, que estreou por aqui em julho, coletou elogios pelo mundo. Inspirada no caso real de uma jovem que teve os aparelhos que a mantinham viva desligados após uma longa batalha judicial, a trama oferece pontos de vista morais, políticos e religiosos sobre a eutanásia.




"A caça" - De Thomas Vinterberg - Dinamarca
A histeria gerada pela pedofilia
Vinterberg colheu diversos casos de abuso de menores na Dinamarca e optou pelo ponto de vista de um inocente: o suspeito, um professor de jardim de infância, vivido por Mads Mikkelsen, é vítima da imaginação fértil de uma de suas alunas. Drama poderoso construído no limite da ambiguidade, “A caça”, que estreou em março, deu a Mikkelsen o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes 2012.




"César deve morrer" - Paolo e Vittorio Taviani - Itália
Memórias italianas do cárcere
Curioso registro de uma versão da peça “Júlio César”, de Shakespeare, encenada por detentos da prisão modelo de Roma, que abriga assassinos, traficantes de drogas e membros da Camorra, a máfia italiana. O mais impressionante é que os autores do filme são os irmãos Taviani, em atividade há seis décadas. Foram devidamente premiados com o Urso de Ouro em Berlim 2012. O filme aportou por aqui em março.




"Django livre" - Quentin Tarantino - Estados Unidos
Um faroeste na época da escravidão
Tarantino enfrentou acusações de racismo por este faroeste ambientado no Sul dos Estados Unidos pré-Guerra Civil, mas prevaleceu o forte senso de entretenimento do diretor. O filme, que chegou ao Brasil em janeiro, descreve a vingança de um ex-escravo (Jamie Foxx) contra o fazendeiro branco (Leonardo DiCaprio) que raptou sua mulher. Levou o Oscar de roteiro e ator coadjuvante (Christoph Waltz).




"Frances Ha" - De Noah Baumbach - Estados Unidos
Alter ego da musa do cinema indie
Filmado em preto e branco e conduzido por uma personagem bela, ingênua, melancólica e algo pretensiosa, “Frances Ha” estreou por aqui em agosto, já com o voto da “Variety” como um dos dez melhores filmes do ano. Elogiado em festivais e nos circuitos alternativos, entronou a atriz californiana Greta Gerwig, protagonista e coautora do roteiro, no posto de musa do cinema independente americano.









Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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