07 março 2013

Deputado racista e homofóbico vai presidir Comissão de Direitos Humanos

Mensagem postada pelo deputado Pastor Marco Feliciano no Twitter

Mostrando-se inteiramente alheia aos reclamos de uma parcela da sociedade a que deve obediência, o que não me parece correto diante da igualdade de direitos garantida pela Constituição Federal, e a portas fechadas, para que os gritos de protesto não fossem ouvidos, como se ainda estivéssemos vivendo à sombra de uma ditadura, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados elegeu como seu novo presidente, na manhã desta quinta-feira (07/03), o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), numa votação que teve 11 votos favoráveis, dos 18 membros do colegiado.

A sessão que elegeu Feliciano só foi iniciada às 9h15, depois da saída de deputados que eram contrários à sua escolha. Domingos Dutra (PT-MA), por exemplo, renunciou ao cargo de presidente da comissão momentos antes do começo da votação, recusando-se a dar seguimento aos trabalhos porque, segundo ele, uma verdadeira "ditadura" ali havia se estabelecido.

No corredor que dá acesso ao plenário da comissão e da forma exaltada e grosseira de sempre, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que apoiou Feliciano, e todo mundo sabe, é um ferrenho opositor da militância LGBT, chegou a discutir com os manifestantes, o que deixa antever como serão tratados os direitos de alguns grupos que compõem a sociedade brasileira.

Pastor da igreja Assembleia de Deus, Marco Feliciano causou polêmica quando postou no Twitter as mensagens estampadas na imagem que ilustra a postagem, que dão bem a ideia de sua visão acerca dos negros e homossexuais, o que preocupa, já que ele, como presidente da referida comissão, terá poderes para colocar ou retirar de pauta qualquer projeto de lei relacionado aos direitos humanos e à defesa de minorias. Além disso, como outros pastores de outras igrejas, ele age em nome da fé para extorquir seus fiéis. Confira, assistindo o vídeo abaixo.




Escolher alguém como o deputado Marco Feliciano para a presidência de um órgão como a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, nem é preciso ser muito inteligente, é o mesmo que entregar à raposa a chave do galinheiro, principalmente se considerarmos que um de seus "parceiros" é Jair Bolsonaro, um radical perdido entre conceitos medievais, incapaz de aceitar ou admitir as diferenças entre seres humanos, o que repito, tem a garantia da Constituição Federal, que prevê a igualdade entre todos os cidadãos brasileiros, "sem distinção de qualquer natureza". É claro que essa igualdade jamais será completa. Ninguém é tolo o suficiente para sonhar com essa possibilidade. Mas a Carta Magna não é um sonho. Ela existe! O que não se entende é porque justamente os legisladores insistem em desrespeitá-la. Por que não usar de um pouco mais de bom senso, pelo menos isso, na escolha do parlamentar que vai dirigir um órgão de tanta importância na luta pelos direitos humanos? Por que entregá-lo justamente nas mãos de quem,  publicamente, já se mostrou incapaz de respeitar tais direitos, e muito pelo contrário, brinca com eles? Qual a sua opinião? Deixe um comentário.







Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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