16 janeiro 2013

Jovens homossexuais afirmam que foram expulsas de bar após beijo

Mariana Correia

Mariana Correia, de 24 anos, e Caroline Pavão, de 21, afirmam que no último sábado (12/01) foram expulsas do restaurante Victor, localizado na Rua do Riachuelo, nº 32 - Lapa - Rio de Janeiro - RJ, porque estavam se beijando. Elas teriam sido abordadas por um homem de cabelos brancos que sacudiu Mariana pelo ombro e exigiu que ela e a companheira saíssem do local, já que, segundo ele, o que elas estavam fazendo era proibido.

- Depois disso eu peguei minhas coisas, fui até ele para questionar por que ele não gostava, o que não podia fazer ali, mas ele só ficava repetindo "não pode isso", sem dar nenhum argumento consistente. Aí eu comecei a incitar e perguntar "É porque eu estava com uma menina? Se eu tivesse com um rapaz você teria me abordado, você teria me sacudido e pedido para eu sair?” - contou Mariana.

De volta ao local com uma equipe de reportagem, Mariana não encontrou o homem que a expulsou. Um dos gerentes da casa, que não quis se identificar, garantiu que a pessoa descrita pela moça não trabalha no estabelecimento nem seria cliente do local. Mariana e Caroline vão registrar um boletim de ocorrência e buscar a ajuda do Centro de Referência LGBT para formalizar uma denúncia no órgão competente.

Este é, entre centenas de outros, mais um caso de intolerância em razão da opção sexual de alguém, o que ainda acontece em função da impunidade. Além da criminalização da homofobia no novo Código Penal que tramita no Congresso e das manifestações de vários segmentos da sociedade, a justiça, há muito tempo, vem se manifestando contra qualquer tipo de preconceito, mudanças ainda não absorvidas pela consciência humana, que até se compreende, nem sempre evolui como o Direito ou se dobra diante dos fatos. Por isso, só o tempo é que vai dizer até onde a sociedade brasileira se dispõe a avançar e conviver com essa nova realidade; até onde ela está disposta a reconhecer o direito de quem optou ou venha a optar pela união homoafetiva  até onde ela vai compreender que os que fazem essa escolha não podem ser tratados como desiguais pela maioria.

Ulisses Tavares, escritor, poeta e professor de webmarketing usou uma frase interessante para se referir ao tema:

"Formigas defendem o seu território e agridem espécies diferentes. Animais defendem seu espaço e expulsam raças diferentes. Tudo bem que o homem faz parte da natureza e, com isso, se justifica para se comportar como insetos e bichos. Mas somos mais que isso, até mesmo pelo processo evolutivo. Podemos nos dar ao luxo de não nos comportarmos nem como insetos, nem como bichos, nem como seres estúpidos. Podemos aceitar as diferenças e dividirmos fraternalmente o espaço. Ou negarmos a consciência e o sentimento de que somos todos iguais - para melhor ou para pior - e regredirmos na escala de desenvolvimento histórico e biológico. Resumindo: tanta coisa a resolver e ficamos, primitivos, a policiar o comportamento sexual dos outros!"

A verdade, e é isso que precisa ser compreendido, é que ninguém tem o direito de dizer a quem quer que seja que o seu amor por outro ser humano não é politica ou moralmente correto. Essa escolha é íntima e pessoal e não pode ditada por regras, convenções ou institutos religiosos. O que você acha sobre o assunto? Deixe o seu comentário.










Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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