13 julho 2012

Velódromo do Rio de Janeiro: R$ 14 milhões jogados no lixo

A estruturação do Pan Americano de 2007 consumiu, segundo estimativas oficiais, cerca de R$ 3,7 bilhões do contribuinte, que foi massageado com a promessa de que tudo ficaria como um legado para a cidade e os futuros eventos esportivos internacionais. No meio desse "legado" está o Velódromo do Rio de Janeiro, no Autódromo de Jacarepaguá, que tem aquela que é considerada a melhor pista de ciclismo da América Latina e custou a bagatela de R$ 14 milhões. Mas acredite você ou não, ele vai ser demolido!

Em 2006, quando Cesar Maia decidiu construir o Velódromo, a prefeitura alegou que uma estrutura olímpica custaria R$ 35 milhões, o que a levou a optar por um projeto mais simples, esclarecendo, porém, que a construção seria modular, e bastariam pequenas adaptações para que ele fosse utilizado normalmente caso o Rio viesse a ser escolhido como sede dos Jogos Olímpicos, com o que não concordam a Empresa Olímpica Municipal e o Comitê Organizador Rio 2016.

De acordo com os dois órgãos, a atual estrutura não atende aos padrões olímpicos para atletas de alto nível, já que lotação tem que passar de 1.500 para 5.000 lugares, havendo ainda a necessidade de se alterar a curvatura e inclinação da pista e a quantidade de vestiários. O que ninguém informa é quanto vai custar, também ao bolso do contribuinte, essa nova brincadeira.

Velódromo do Rio de Janeiro

Este é o retrato, sem nenhum retoque, do país em que vivemos. Além da corrupção gerada por mensalões e cuecas, ministros, funcionários dos mais altos escalões dos governos em seus vários níveis, políticos acima de qualquer suspeita e até contraventores, somos obrigados, agora, a conviver com uma verdadeira indústrias de obras, onde fábulas de dinheiro são gastas no pagamento de contratos superfaturados cujas sobras vão parar no caixa de partidos políticos, novo método encontrado para o financiamento de "projetos de poder" como os discutidos entre o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT) e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, em mais uma cachorrada política que escandalizou o Brasil dias atrás.

No caso do Velódromo, ao menos na minha opinião, só há duas explicações: ou ele foi planejado e construído por um bando de incompetentes, que não deu a menor bola para o "legado" e os "futuros eventos esportivos internacionais", ou a sua derrubada e reconstrução é um pretexto para um novo ralo de corrupção. Nova obra, novos preços, novos aditivos, nova e polpuda grana para o bolso do grupo que gravita em torno da tal Empresa Olímpica Municipal e do Comitê Organizador Rio 2016, o que não seria nenhuma novidade, já que no Rio de Janeiro a turma trabalha "somando forças", não é verdade? Não saia sem deixar o seu comentário.





Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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