02 julho 2011

A marcha das vadias

Foto: Paulo Toledo Piza/G1
A Marcha das Vadias ou Vagabundas (em inglês: slutwalk) iniciou-se em 3 de abril de 2011, em Toronto – Canadá, e acabou por se transformar em um movimento internacional apoiado em todo o mundo. A ideia do protesto surgiu depois que um policial canadense afirmou, durante uma palestra em uma universidade do país, que as mulheres deveriam parar de usar roupas de vadias (ou slut, em inglês) para evitar estupros.

Como não poderia deixar de ser, a opinião do policial teve grande repercussão em todo o mundo e foi a principal causa das marchas, onde as mulheres passaram a usar roupas provocantes como blusinhas transparentes, lingerie, mini-saias, salto alto e até mesmo calcinhas e sutiãs. Toronto, Los Angeles, Chicago, Buenos Aires e Amsterdã, São Paulo, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Brasília foram algumas das cidades onde as manifestações já aconteceram.

Hoje (04/06), mulheres com saias curtas, salto alto e até só de calcinha e sutiã também desfilaram na Praça dos Ciclistas, na Avenida Paulista – SP, para uma nova Marcha das Vadias e/ou Vagabundas.

Foto: Paulo Toledo Piza/G1

Uma das idealizadoras da manifestação paulistana, a escritora Solange De-Ré, de 30 anos, afirma que o objetivo é fazer com que a sociedade reflita sobre o machismo.

- Em uma mesma família, o menino tem toda a liberdade para se mostrar. A mulher, não. O machismo não vem só dos homens, mas das mulheres também, que julgam as outras mulheres.

A versão paulistana da marcha foi mais recatada do que as equivalentes estrangeiras.

- A gente não quer carnaval. A gente quer que as pessoas se vistam normalmente, como elas gostam de se vestir - disse a publicitária Madô Lopez, de 28 anos, co-responsável pela marcha.

O que mais chamou a atenção entre os cerca de 300 participantes foi a grande quantidade de cartazes contra o machismo e a favor do respeito entre os gêneros. Além disso, um grupo de mulheres animava o público usando tambores improvisados em baldes para produzir música.

Foto: Paulo Toledo Piza/G1

Apenas uma jovem, Emilia Aratanha, de 23 anos, foi mais ousada e encarou a fria tarde de sábado vestindo apenas calcinha e sutiã. Ela defende que as mulheres devem ser tratadas com dignidade, independentemente da roupa que usem, já que o respeito deve vir em primeiro lugar, e lamenta a violência mundial contra o sexo feminino.

- Tem mulheres com burca que acabam sendo estupradas. Isso tem que acabar – disse Emilia.


Fonte: G1



Sobre o Autor:
Carlos Roberto Carlos Roberto de Oliveira é advogado estabelecido em Nova Iguaçu - RJ. A criação do Dando Pitacos foi a forma encontrada para entreter e discutir assuntos de interesse geral.

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